quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Envelhecer... Uma reflexão pessoal.


Talvez por andar ativamente a divulgar as nossa nova valência, as visitas sénior, talvez por ter à minha volta gente também a trabalhar, de uma forma ou outra, com estas temáticas dei por mim a olhar em volta, com um olhar e um pensamento diferente.

Dei por mim a olhar para a geração dos meus pais, e a pensar que são os avós dos meus filhos, “epah, em breve esta geração é sénior (ou já o é e eu é que não quero ver...)”.
Dei por mim a pensar como será que cada um destes meus amigos vai envelhecer, como será que eu vou envelhecer, será que também vou ser uma velha chata sempre a queixar-me ou um peso enorme para os meus filhos e depois voltei a olhar à volta e reparei, a forma como envelhecemos está intimamente ligada à forma como crescemos e às aprendizagens que fizemos ao longo da vida.

É óbvio, que com o passar dos anos o nosso corpo cresce e modifica-se e que quando vamos para velhos (e uso esta palavras sem pruridos, porque para mim apenas quer dizer que os anos efetivamente passam e não tem qualquer carácter depreciativo) começamos a perder algumas faculdades e/ou capacidades, o que nos pode limitar, mas é na forma como lidamos com isso que está a grande diferença, e daquilo que vejo à minha volta a forma como se lida com isso, depende das nossas aprendizagens, vivências e educação.

Olhando à volta, vejo aqueles que lutam para que o tempo não avance, os que negam ostensivamente as suas dificuldades (até a si próprios), os que sofrem porque não querem ser um peso e sentem que são e os que aceitam, ou até tiram partido da nova fase da sua vida.
Sim, a forma como envelhecemos depende mesmo de cada um, todos nós conhecemos alguém, que não se queira reformar e trabalhou até não dar mais, mesmo; todos nós conhecemos alguém que conduziu até lhe tirarem a carta (por ter feito alguma muito grave); mas também conhecemos alguém que adorou a reforma e sai todos os dias para estar com os amigos; que “agora” se farta de fazer coisas e descobriu novos hobbies; que não para em casa, mas descansa um pouco mais, só porque sim...

Qual a grande diferença?

A atitude, e o crescimento, a conclusão a que chego é que as pessoas que conheço que têm uma atitude positiva perante o sue próprio envelhecimento, são pessoas que aprenderam antes de envelhecer, de forma direta ou indireta, a aceitar que há muita coisa à sua volta que não controlam, são pessoas que tiveram vidas duras e difíceis ou apenas momentos duros e difíceis nas suas vidas, e isso tornou mais fácil aceitar as limitações inerentes ao envelhecimento com uma atitude positiva e essa atitude positiva torna as limitações menos limitantes, por isso, também olhando para a forma como envelhecemos entendo porque é tão importante a nossa educação, porque é tão importante lidar com as dificuldades que nos surgem na vida quando e como surgem, porque é tão importante entender que não dominamos tudo à nossa volta, mas o que fazemos com o que temos à nossa volta é que faz toda a diferença!

E esta é a minha reflexão sobre o envelhecimento, talvez por defeito de formação, vai tudo parar à educação, crescimento e formação...

Mas atenção, como o meu filho diz “estamos sempre a aprender, até morrer podemos aprender.