Talvez
por andar ativamente a divulgar as nossa nova valência, as visitas
sénior, talvez por ter à minha volta gente também a trabalhar, de
uma forma ou outra, com estas temáticas dei por mim a olhar em
volta, com um olhar e um pensamento diferente.
Dei
por mim a olhar para a geração dos meus pais, e a pensar que são
os avós dos meus filhos, “epah, em breve esta geração é sénior
(ou já o é e eu é que não quero ver...)”.
Dei
por mim a pensar como será que cada um destes meus amigos vai
envelhecer, como será que eu vou envelhecer, será que também vou
ser uma velha chata sempre a queixar-me ou um peso enorme para os
meus filhos e depois voltei a olhar à volta e reparei, a forma como
envelhecemos está intimamente ligada à forma como crescemos e às
aprendizagens que fizemos ao longo da vida.
É
óbvio, que com o passar dos anos o nosso corpo cresce e modifica-se
e que quando vamos para velhos (e uso esta palavras sem pruridos,
porque para mim apenas quer dizer que os anos efetivamente passam e
não tem qualquer carácter depreciativo) começamos a perder algumas
faculdades e/ou capacidades, o que nos pode limitar, mas é na forma
como lidamos com isso que está a grande diferença, e daquilo que
vejo à minha volta a forma como se lida com isso, depende das nossas
aprendizagens, vivências e educação.
Olhando
à volta, vejo aqueles que lutam para que o tempo não avance, os que
negam ostensivamente as suas dificuldades (até a si próprios), os
que sofrem porque não querem ser um peso e sentem que são e os que
aceitam, ou até tiram partido da nova fase da sua vida.
Sim,
a forma como envelhecemos depende mesmo de cada um, todos nós
conhecemos alguém, que não se queira reformar e trabalhou até não
dar mais, mesmo; todos nós conhecemos alguém que conduziu até lhe
tirarem a carta (por ter feito alguma muito grave); mas também
conhecemos alguém que adorou a reforma e sai todos os dias para
estar com os amigos; que “agora” se farta de fazer coisas e
descobriu novos hobbies; que não para em casa, mas descansa um pouco
mais, só porque sim...
Qual
a grande diferença?
A
atitude, e o crescimento, a conclusão a que chego é que as pessoas
que conheço que têm uma atitude positiva perante o sue próprio
envelhecimento, são pessoas que aprenderam antes de envelhecer, de
forma direta ou indireta, a aceitar que há muita coisa à sua volta
que não controlam, são pessoas que tiveram vidas duras e difíceis
ou apenas momentos duros e difíceis nas suas vidas, e isso tornou
mais fácil aceitar as limitações inerentes ao envelhecimento com
uma atitude positiva e essa atitude positiva torna as limitações
menos limitantes, por isso, também olhando para a forma como
envelhecemos entendo porque é tão importante a nossa educação,
porque é tão importante lidar com as dificuldades que nos surgem na
vida quando e como surgem, porque é
tão importante entender que não dominamos tudo à nossa
volta, mas o que fazemos com o que temos à nossa volta é que faz
toda a diferença!
E
esta é a minha reflexão sobre o envelhecimento, talvez por defeito
de formação, vai tudo parar à educação, crescimento e
formação...
Mas
atenção, como o meu filho diz “estamos sempre a aprender, até
morrer podemos aprender.