Hoje quero
contar-vos um momento caricato que me fez sorrir, num dia simples.
Como
sabem, a aventura Lura começou há pouco mais de 3 anos e quando
tudo começou, é claro que tive dúvidas, tive o apoio de muita
gente à minha volta, mas também tive aqueles amigos que tiveram
medo ( “e se corre mal? vais mudar completamente a tua vida, deixar
a pouca estabilidade que tens, para começar uma coisa nova e
diferente?”, “a ideia é gira, mas será que tens mercado para
isso?”, “será que vais ter clientes?”, “se queres ir para o
Algarve, porque não fazes qualquer coisa relacionada com turismo?”),
foi preciso uma boa dose de coragem, convicção e confiança para
embarcar neste projeto. Sem esquecer, é claro, o apoio financeiro
fundamental de quem ajudou na fase inicial.
Têm
sido 3 anos, de crescimento, aprendizagens, momentos menos bons,
muitas contas de sumir, mas também de muito sentido prático,
organização e definição constante de novas prioridades, desafios
e rumos. Sempre mantendo os princípios, valores e bases iniciais:
somos uma quinta pedagógica, queremos fazer educação ambiental,
promover a sustentabilidade, oferecer visitas personalizadas
realmente pedagógicas, divulgar saberes, cultura e tradições.
Felizmente,
já nos é possível verificar um crescimento sustentável do
negócio, as contas de sumir vão diminuindo e começamos a ver a luz
ao fundo do túnel que nos permite de uma forma racional compreender
que estamos no caminho certo. O que é realmente muito BOM!
Mas
o que vos quero contar, é aquilo que me fez, não entender isso, mas
sim senti-lo.
Aquela
menina, reconheceu-me, quis mostrar que tinha gostado de mim, e, numa
frase, num momento e num sorriso, fez-me sentir que o meu trabalho dá
frutos, que me reconhecem como algo bom que passou na vida delas.
E se
esta menina se lembrou de uma borboleta pintada com carinho numa
festa de aniversário, há outros meninos e meninas que se lembram de
uma flor diferente que comeram na minha horta, do coelhinho que
queria saltar, do burro que veio ter com eles...
Esta
menina foi particularmente efusiva e carinhosa, mas quando o meu
irmão me perguntou quem é, dei por mim a responder muito
naturalmente, “mais uma menina que me reconhece porque já foi lá
à Lura” (imaginem o sorriso orgulhoso de orelha a orelha).
Muitas
crianças são mais subtis e por vezes apenas oiço o dizer à mãe
ou ao pai, “olha aquela é a professora da Lura, que fomos com a
escola”....
Por
isso, bem mais importante que qualquer retorno financeiro, é ser
reconhecida, na rua, na minha cidade, por algo bom, por algo que faço
com gosto, porque marquei um pequeno ser positivamente e perceber que
o facto de fazer o que gosto e de me dedicar de alma e coração a
cada visita, a cada criança, a cada família, a cada momento, faz
toda a diferença!
E o
mais giro é que sei que não sou a única a sentir isto... ;-)