Penso
que não, e hoje quero falar!
Quero
falar-vos da minha primeira ajudante e trabalhadora da Lura, a
Adriana.
A
Adriana começou a trabalhar na Lura assim que começámos, se não
foi logo na primeira festa realizada, foi muito perto disso.
É,
tal como eu, uma miúda jovem (bem, falando a verdade um pouco mais
jovem, digamos que tens uns filhos a menos...) que gosta muito de
trabalhar com crianças, que cresceu neste campo maravilhoso, com a
vivência do contacto com os animais e com a natureza, e isso nota-se
em quase tudo o que faz.
É
despachada, expedita e simpática.
Quando
começou a trabalhar aqui na Lura, tinha as suas inseguranças e
medos, mantinha uma postura um pouco mais séria (às vezes é fácil
confundir, profissionalismo e competência com uma cara fechada) mas
rapidamente ganhou confiança no seu próprio trabalho, desenvolveu a
iniciativa , o espírito critico e criativo e agora, agora já é
muito mais que um braço direito no meu trabalho.
Já
passaram por cá outras caras, outras vidas, alguns deram uma ajuda
pontual, outros fazem trabalhos igualmente importantes mas mais
sazonais e a Adriana, ela mantém-se por aqui desde o inicio, para
saber o porquê exato terão de lhe perguntar a ela, mas eu gosto de
pensar que é porque gosta tanto disto, quanto eu!
As
condições de trabalho nem sempre são as melhores, são as que
conseguimos dar, mas quando se gosta do que se faz, tudo o resto vale
a pena.
Pois
é, a Adriana está à vontade, conhece todos os cantos à casa, já
domina todas as rotinas (até as que ainda não o são) e
ultimamente, quando eu estou um pouco mais cansada ou sem capacidade
criativa (que por vezes acontece) ela toma iniciativa, faz propostas,
avança com atividades, e quando eu ainda estou a pensar “eh pah,
para onde vamos agora?” já ela avançou ou me fez sinal para dar
uma indicação precisa na hora H.
Em
visitas de estudo ou festas de aniversário, o nosso trabalho
completa-se, ela lembra-se de coisas com os mais pequenos que por
vezes eu não tenho na memória (como os ritmos e rotinas de
infantário, idas à casa de banho, hora da bolachinha, etc.) e eu
tenho mais à vontade para falar, exemplificar e explicar, ela adora
fazer pinturas faciais, eu faço mais balões
E
além de tudo isto, desta relação de trabalho que só por si já é
maravilhosa,
somos amigas.
Daquelas
amigas que se lembram que a outra está sem comer há demasiadas
horas, que preparam o café quando a outra está mesmo a precisar,
que ficam a fumar o cigarrinho quando tudo termina só para desabafar
um pouco, sobre o resto das nossas vidas...
E
pronto, não vou continuar pois corro o sério risco de começar a
raiar o lamechas.
Só
quero deixar a minha moral da história:
É
muito bom, quando estamos rodeados das pessoas certas!
Obrigada
Adriana, por estares e quereres estar aqui!
Obrigada
a todas as outras pessoas certas por estarem presentes aqui e/ou na
minha vida!