Este
ano no dia da Criança a Lura recebeu, quase 70 crianças,
precisamente foram 66 crianças e as Educadoras e Auxiliares que as
acompanharam.
Tudo
começou com um feeling:
Com
várias reservas a surgir para essa semana, um belo dia recebemos um
pedido para realizar uma visita sénior nesse mesmo dia, e eu, pelo
tal feeling, perguntei se não seria possível marcar a visita
sénior para outro dia da semana, visto que esse era o dia da criança
e eu gostava de o comemorar com crianças.
Mas
ainda não tinha nada marcado...
Uma
semana antes:
Na
quarta-feira anterior ocorre o telefonema-chave, a creche “O
Caracol”, do Centro Comunitário de Estoi liga e pergunta se temos
vaga para os receber, ao que eu respondo (com um sorriso que
desconfio que daria para ouvir do outro lado da linha), “estávamos
mesmo à vossa espera, reservamos esse dia para os mais pequenos...”
e surge a informação seguinte, “queremos reservar uma visita para
70 crianças”.
O
Pânico instalou-se!
Agora,
à posteriori posso confessar, o sorriso continuava gigante, a
resposta foi “ claro, com certeza, são muitos, de que idades,
recebemos com certeza...” e quando se desligou a chamada eu estava
em pânico! Surgiam mil questões, que proposta apresentar, como
organizar a visita, como vão todos ter tempo para aproveitar a
piscina, será que os meus burrinhos se vão portar bem com tantos
meninos num só dia, como garantir que todas as crianças vêem a
horta e a compostagem...
A
Organização, planificação e a importância de “um braço
direito forte e calmo”
Depois
do pânico inicial, vem a constatação - já aceitaste, agora
compõe-te e faz o melhor que podes!
Aí
começa o telefonema seguinte “Adriana, vamos receber 70 meninos de
uma só vez, temos que nos organizar” e a resposta foi a melhor
possível “70?!?!? Ok, vai correr bem, como é que vamos fazer?”.
E
seguiu-se uma semana de planificação (com outras visitas a decorrer
e a manutenção normal da quinta a acontecer), escolhemos a
atividade experimental, verificámos a disponibilidade da Sandra para
trabalhar connosco toda a visita e não só na vigilância da
piscina, e começámos a tomar decisões. Pensámos, decidimos,
pensámos melhor, alterámos, etc. Até chegarmos a uma cábula em
triplicado, que dizia onde cada turma ia estar a cada momento, quem
acompanhava quem, e a que horas teria de começar e terminar cada
etapa.
E
chegou o dia 1 de Junho de 2016!
Mais
uma confissão, acordei algumas 3 ou 4 vezes na noite anterior só a
pensar se estaria mesmo tudo pronto.
E
estava, as crianças começaram a chegar pouco depois das 9.30h, nós
tínhamos o nosso sorriso nº 33 pronto e radiante, estava tudo
orientado, estávamos confiantes!
E
não é que correu bem?!?
Conseguimos
cumprir os horários que nos foram pedidos,
-
todas as crianças fizerem festinhas e tiveram um coelhinho bebé ao
colo (só não teve quem não quis),
-
todas conheceram o Fiel,
-
todas viram a horta biológica e provaram ou cheiraram algumas das
suas iguarias,
-
todas viram os bichinhos de conta na compostagem e sentiram o cheiro
do composto pronto a nutrir as nossas plantas (algumas até mexeram
nos bichinhos também),
-
todas fizeram biscoitos (cada turma fez um sabor e no final provaram
os três – figo, amêndoa e alfarroba),
-
todas conheceram os nossos burros e aprenderam um pouco mais sobre
estes simpáticos animais,
-
todas foram à piscina e brincaram na relva
E o
mais importante: gostaram, aprenderam alguma coisa nova e tiveram um
dia diferente, bem especial, como merecem!
Quando
tudo terminou,
Estávamos
cansadas? Sim, bastante. Mas tínhamos um sorriso e um sentimento de
missão cumprida.
As
crianças gostaram, correu bem, até as Educadoras e Auxiliares (que
também se fartaram de trabalhar para que tudo funcionasse) saíram
satisfeitas.
Podia
ter sido melhor? Claro que sim!
Foi
uma primeira experiência com tantas crianças num só dia, foi a
primeira vez que esta equipa de três monitoras trabalhou junta como
equipa, foi a primeira vez que os nossos burros tiveram interação
com crianças de manhã e de tarde num só dia. Foi uma aventura
gostosa que terminou bem, mas numa próxima certamente será melhor,
haverá pormenores mais trabalhados, haverá imprevistos que já se
previram, haverá outra confiança e menos nervosismo, o sorriso será
mais fácil e a descontração outra.
Porque
nas nossas visitas queremos que as crianças aprendam, mas nós
aprendemos também!
E
por tudo isso, tenho mesmo de agradecer:
À
creche “O Caracol” que confiou em nós para esta grande aventura,
Às
Educadoras e Auxiliares que ajudaram incansavelmente e se deixaram
guiar na nossa organização, garantindo que tudo funcionava,
À
Sandra que tão prontamente se disponibilizou para trabalhar o dia
inteiro e embarcar nesta aventura connosco,
À
Adriana que manteve a calma e a confiança necessárias (mesmo quando
me estava silenciosamente a chamar louca por ter aceite tantas
crianças de uma só vez) e mais uma vez foi um braço direito
fundamental com quem gosto mesmo de trabalhar!
E a
mim, porque mesmo em pânico aceitei, trabalhei e ADOREI!
Para o
ano, há mais?
Um terço dos visitantes, depois der ver os coelhinhos, as galinhas e a horta, a caminho da compostagem |