Este
Natal escrevo com toda a minha honestidade.
Eu
até gosto do Natal, gosto dos doces, da família reunida, da árvore
de natal, de abrir as prendas, mas confesso, não gosto muito do que
fizemos ao natal. Digo fizemos um pouco zangada, porque me estou a
referir a uma sociedade, na qual me incluo mas em que cada vez menos
me revejo, a sociedade do consumo.
Com
a desculpa do fazer o bem, da partilha e da solidariedade, nesta
época cada vez mais nos sentimos a obrigados a dar, brinquedos,
lembranças, prendas de todo o género o mais materiais possíveis e
é aqui que eu me revolto. Sou contra!
Partilha sim! Mas não material.
Vamos
lá ser fieis a nós próprios. Os tempos não estão fáceis para
ninguém, e se o objetivo desta quadra natalícia é o bem estar
comum, porque havemos de estar tão preocupados com presentes para
cada elemento da família (mesmo
para quem sistematicamente não aprecia os presentes que recebe)
em vez de garantirmos que estamos bem connosco e com quem mais
gostamos.
Porque não aproveitar estas férias, não para ir às compras, mas
para jogar jogos diferentes?
Por
aqui, já tive anos em que fiz presentes eu própria para todas as
crianças da família, já ofereci pequenas sugestões simbólicas
aos adultos e apenas prendas às crianças e este ano também optei
por oferecer apenas uma sugestão sustentável a cada familiar,
porque acredito que vale mais uma sugestão ou um ideia que se
“planta” de um ano para o outro, do que um brinquedo ou coisa
parecida que cairá no esquecimento em breve.
Assim, este natal
deixamos algumas dicas:
Se
vai mesmo comprar presentes – compre local, escolha produções
locais e nacionais, opte por coisas duradouras que enriquecem quem as
recebe, cultural ou educativamente;
Ofereça
tempo e disponibilidade – nos tempos que correm não temos muito,
exatamente por isso, temos de fazer um esforço adicional de
organização pessoal, ligue aquele amigo que não vê há muito
tempo, mate saudades de quem está longe, vá visitar quem está
perto;
Aproveite
ao máximo os que estão por perto – curta o natal com quem está,
é bom lembrar quem falta, mas nostalgia em excesso também se torna
indigesto e como já dizia Fernando Pessoa “a tristeza é uma forma
de egoísmo”;
E pronto, afinal são
só três pequenas sugestões, que escrevo a quem quiser ler e como
lembrete para mim também.
Um Bom Natal para
todos!
Boas Férias!
Atenção:
assumir honestamente perante toda a família e amigos que não se
oferecem prendas ou que se opta pela diferença, pode ter
consequências duradouras (pode levar a sermos rotulados de
“maluquinho da família” ou coisa parecida), deve estar
consciente da sua opção antes de começar, depois ganha-lhe o gosto
e um dia descobre que é feliz assim.